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Estruturas privilegiadas
O termo apareceu pela primeira vez em 1988 (Journal of Medicinal Chemistry, 1988, 31, 2235 ) para explicar que certos tipos de estruturas são preferidos por certos tipos de alvos. São, e.g., estruturas de heterociclos rígidos. Estruturas privilegiadas são esqueletos moleculares com propriedades versáteis de interação intermolecular. Um determinado esqueleto molecular pode interagir de forma potente e seletiva com diferentes alvos biomacromoleculares através da modificação de grupos funcionais (Combinatorial Chemistry & High Throughput Screening, 2004, 7, 473). Muitos fármacos contêm estruturas privilegiadas (Mini-Reviews in Medicinal Chemistry, 2007, 7, 1108). Aparentemente, a função da estrutura privilegiada é a correta ancoragem de grupos funcionais em posições definidas para ajudar no processo de interação intermolecular com complementaridade definida. A substituição da estrutura privilegiada, com manutenção dos grupos funcionais nas posições previamente definidas, pode ajudar a identificar melhores substâncias químicas bioativas. Este é um conceito conhecido como “decoração de subestruturas”. Exemplos de estruturas privilegiadas incluem: indol, aril-piperazina, espiro fenil-piperidina, bifenil, benzopirano, 1,4-di-hidro-piridina.
Estruturas privilegiadas exibem excelentes características de fármaco (fármaco-similar) que resultam em coleções de substâncias químicas bioativas com propriedades fármaco-similares. O entendimento das relações estrutura-alvo é fundamental no processo de identificação das estruturas privilegiadas e seus respectivos alvos biomacromoleculares. O correto entendimento dessas relações conduz à identificação de familias de alvos distintos. Tanto a química medicinal clássica como o planejamento de coleções dirigidas a um determinado alvo beneficiam-se do conceito de estruturas privilegiadas.