A proteção patentária do Lipitor (atorvastatina), medicamento usado para reduzir os níveis de colesterol, chegou ao fim. O mercado está em aberto, onde diversas empresas do ramo de genéricos já possuem suas versões para submissão aos órgãos regulamentadores. A Ranbaxy (indiana) e Teva (israelense) são duas das maiores neste ramo e estão na fila, aliás, nas primeiras posições deste mercado muito competitivo, com um genérico recentemente aprovado pelo FDA:
A Pfizer está sem seu maior fármaco, que é considerado como o maior sucesso de mercado já visto e que provavelmente não irám ias se repetir:
As versões genéricas irão reduzir substancialmente os ganhos da Pfizer, tanto que a empresa começou a se “readequar estruturalmente” a cerca de 2-3 anos para suportar este impacto.
Talvez, muito mais do que um “blockbuster” (isto é, um fármaco que rende bilhões ao ano para a indústria detentora de seus direitos) o final da era do Lipitor poderá ser usado como um marco que simbolizará também uma mudança de paradigma na indústria farmacêutica.
A derrocada da estratégia dos “blockbusters” vem se desenhando com contornos cada vez mais certos, onde compostos voltados para nichos populacionais (isto é, doenças que afligem parte de uma população) e biofármacos (de origem biotecnológica) estão se constituindo como as novas apostas das empresas para um futuro ainda muito incerto.
A derrocada dos “blockbusters” e a crise financeira impulsionaram a descapitalização das “big pharmas”, que responderam com reduções consideráveis nos quadros de pesquisadores. O próximo capítulo desta história ainda está para ser escrito, mas muito provavelmente não mais será ditado pelos fármacos bilionários.